Dia de Finados, por que ir ao cemitério?

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Enquanto algumas pessoas têm medo de ir ao cemitério, outras os frequentam demais. Nem todos têm a mesma fé e nem todos acreditam que adianta rezar pelos falecidos? Nossas orações os ajudam? O que a Igreja diz?
Nós podemos, sim, oferecer orações, sacrifícios e Missas pelos mortos, para que eles sejam purificados de seus pecados e possam entrar, o quanto antes, na glória eterna. A Tradição da Igreja confirma a fé no Purgatório e a conveniência de rezar pelos defuntos.
A Igreja tem três motivos para rezar pelos defuntos:
1. A comunhão existente entre todos os membros de Cristo, vivos e mortos;
2. Consolar, confortar e prestar ajuda espiritual a quem está enlutado;
3. Rezar para quem morreu, para ajudar a pessoa a se purificar e chegar a Deus.
No Antigo Testamento Judas Macabeu orou pelos combatentes mortos, para que fossem libertados de seus pecados, para que o Senhor perdoasse totalmente os pecados dos companheiros mortos (2 Mac 12, 42-46). Nas catacumbas dos primeiros cristãos, ainda existem muitas orações esculpidas, demonstrando sua oração pelos mortos: “Ó Senhor, que estás à direita do Pai, recebe a alma de Nectário, Alexandre e Pompeu e proporciona-lhes algum alívio” (inscrição do Sec II). Cito, também, alguns pensamentos: “Cada dia fazemos oblações pelos defuntos” (Tertuliano 160-222). “Não em vão os Apóstolos introduziram a comemoração dos defuntos na celebração dos sagrados mistérios. Sabiam eles que essas almas obteriam desta festa grande proveito e utilidade” (São João Crisóstomo 344-407).
O católico não só pode como deve rezar por seus defuntos. O nosso desejo, quando morrermos, é de que rezem e se lembrem de nós com a Santa Missa, porque ainda que um católico morra com todos os sacramentos, pode ficar alguma mancha de pecado que será purificada no Purgatório. Mas, lembre-se: a conversão e o arrependimento devem acontecer ainda nesta vida. Nós católicos também pedimos a intercessão da Santíssima Virgem e dos santos por nossos defuntos. Nós cremos na comunhão dos santos, como rezamos na Profissão de Fé.
Desde o século 1º os cristãos rezavam pelos falecidos, visitando os túmulos dos mártires nas catacumbas para rezar pelos que haviam morrido sem martírio. No século 4º encontramos a Memória dos Mortos na celebração da missa. No século XI, os Papas Silvestre II (1009), João XVIII (1009) e Leão IX (1015) obrigam a comunidade a dedicar um dia por ano aos mortos e, desde o século XIII, esse dia é comemorado em 2 de novembro.
Rezar pelos vivos e pelos defuntos é uma obra de misericórdia. Santo Agostinho disse: “Uma lágrima se evapora, uma flor murcha, só a oração chega ao trono de Deus”.
Finados é um dos dias mais emblemáticos de todo calendário civil e religioso, dia de sentimento de perda e de saudade, de recolhimento, de silêncio e oração, dia de esperança e de fé na ressurreição dos mortos. Se você for ao cemitério não leve apenas flores. Leve também as flores das suas orações, do seu amor. Acenda velas, mas não esqueça de que elas são o símbolo do Senhor Ressuscitado e da nossa fé na vida eterna. Enquanto a sua vela queimar, eleve sua prece a Deus por seus irmãos que já partiram.
Indulgências
No Dia de Finados podemos conseguir indulgências para os falecidos: “Aos que visitarem o cemitério e rezarem pelos defuntos, concede-se Indulgência Plenária, só aplicável aos defuntos”. Para isso, devemos participar da confissão sacramental, da comunhão eucarística e rezar nas intenções do Papa, entre os dias 1 e 8 de novembro. Nos outros dias do ano consegue-se Indulgência Parcial (Encher. Indulgentiarum, n.13).
Na sua visita ao cemitério reserve um tempo para a oração pessoal; acenda velas e peça que seus entes queridos cheguem à plena luz de Cristo; cubra suas sepulturas com flores que falam do seu amor; ajude na limpeza do ambiente e dos túmulos; participe da celebração eucarística ou da palavra e comungue se puder; professe a sua fé na ressurreição e na vida eterna. Cristo ressuscitado estará lá, neste dia, para enxugar nossas lágrimas, fortalecer nossa fé e aumentar a nossa esperança.

Publicado em 2 de novembro de 2013, em HISTÓRIAS e marcado como . Adicione o link aos favoritos. Deixe um comentário.

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